A reação da BYD
Eduardo Rocha
A reação da BYD

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Song Plus GS renova conteúdo e visual enquanto a Premium ganha autonomia

por Eduardo Rocha

Auto Press

As marcas sempre monitoram os movimentos de mercado para traçar estratégias para seus produtos. Ao perceber alguma tendência, são propostas mudanças que por sua vez são analisadas e, quando for o caso, implementadas. Esse protocolo é realizado em qualquer empresa, mas o que está enlouquecendo as fabricantes ocidentais é a velocidade das marcas chinesas para cumpri-lo. O SUV médio BYD Song Plus é um bom exemplo. O modelo vinha muito bem em 2024, com vendas médias de 1.650 unidades/mês no 1º semestre. Esse volume caiu mês a mês para fechou o 2º semestre com a média de 1.300 vendas mensais. Essa queda de 20% acendeu o alerta na BYD. E ficou mais alarmante com o resultado do primeiro quadrimestre de 2025, que teve a média de 850 emplacamentos/mês. A reação da BYD veio agora, nesse final de maio, com a extensão para a versão GS do face-lift apresentado na versão Premium em novembro passado, além de outros incrementos em ambas as versões.

Com a mudança no visual do Song Plus GS, o SUV abandona o conceito Dragon Face, usado ainda em modelos como Han e Tan, e adota o estilo Ocean Aesthetics, aplicado no Brasil no sedã Seal e no Dolphin. Essa alteração começou a ser implementada em 2023 nos países em que o modelo estava há mais tempo no mercado. A grande grade trapezoidal dianteira dá lugar a um para-choque com frestas horizontais que remetem a guelras. Na traseira, a barra de led foi ligeiramente rebaixada e agora está centralizada em relação às lanternas. Outra mudança estética é a adoção das rodas de liga leve de 10 raios, usadas na versão Premium.

Por dentro, a versão GS também acompanhou o desenho da Premium, com mudanças nas linhas do console central de duas alturas, apoio de braços aumentado, molduras nas saídas de ar e novos grafismos no painel de instrumentos digital de 12,3 polegadas. Além da estética, a versão GS, que responde este ano por 90% das vendas, trouxe alterações importantes no conteúdo, todas herdadas da versão Premium. Caso do carregador duplo de celular por indução no console, da compatibilidade com cartão de aproximação (NFC), do som Infinity e da incorporação do head-up display. Por conta dessas adições, o preço da versão ficou aproximadamente R$ 10 mil mais cara, passando a custar R$ 249.990.

O SUV chinês traz ainda revestimento em couro sintético, bancos dianteiros com ajustes elétricos com aquecimento e ventilação, central multimídia com tela giratória de 15,6 polegadas com espelhamento sem fio de Android Auto e Apple CarPlay, ar-condicionado digital de duas zonas, iluminação ambiente configurável.

O Song Plus GS havia passado por alterações na propulsão na linha 2025, que foram mantidas para essa linha 2026. Ele é animado por um motor 1.5 aspirado de 72 kW (98 cv) e 120 Nm, auxiliado por um motor elétrico dianteiro de 145 kW (197 cv) e 300 Nm. Combinados, eles fornecem 172 kW (235 cv) e potência e 400 Nm de torque. A bateria é de 18,3 kWh e só aceita carga de corrente alternada de até 6,6 kW. Esse conjunto acelera o Song Plus de zero a 100 km/h em 7,9 segundos, com máxima de 170 km/h.

A versão Premium teve uma alteração importante na bateria. Ela passa a ter 26,6 kWh de capacidade e pode receber até 18 kWh em carregadores de corrente contínua. Essa alteração aumenta a autonomia elétrica de 52 para 87 km, pelos cálculos do InMetro. Ainda assim, a versão manteve o mesmo preço de R$ 299.800. O modelo continua animado por um motor 1.5 turbo a gasolina, com 96 kW (130 cv) e 220 Nm, que atua nas rodas dianteiras. Ele é combinado com dois propulsores elétricos: um dianteiro com 150 kW (204 cv) e 300 Nm e um traseiro com 120 kW (163 cv) e 250 Nm. No total, a potência máxima fica em 238 kW (324 cv) e o torque chega a 550 Nm. O Song Plus Premium vai de zero a 100 km/h em 5,2 segundos, com máxima de 180 km/h.

Primeiras impressões

Controle absoluto

Desde que a eletrônica embarcou de mala e cuia, os automóveis vêm mudando em grande velocidade. Ela barateou e popularizou recursos como injeção de combustível, turbocompressor, câmbio automático e até de alguns auxílios ao condutor. Mas onde a eletrônica vira condição sine qua non é nos automóveis híbridos. Sem uma interface que permita que um motor a explosão converse com um elétrico, os híbridos simplesmente não existiriam. No caso do Song Plus, é exatamente o gerenciamento eletrônico de alto nível que dá a ele um comportamento exemplar.

O conjunto propulsor empurra o SUV de pouco mais de 2 toneladas com grande desenvoltura, seja na versão com tração dianteira, seja na Premium, com tração integral. O sistema alterna ou soma o trabalho do motor a explosão e do motor elétrico com grande suavidade. Segundo a engenharia da marca, quando a carga disponível fica abaixo de 28%, o motor a explosão passa a gerar mais potência que a necessária para movimentar o carro e assim recarregar a bateria. Dessa forma, o motor elétrico está sempre pronto para impulsionar o modelo quando exigido. Por isso, a sensação de condução é sempre semelhante à de dirigir um carro elétrico, até porque o torque instantâneo está sempre disponível.

O silêncio no habitáculo reforça ainda mais essa sensação. O conforto é ainda incrementado por uma suspensão firme, mas capaz de filtrar e suavizar boa parte das irregularidades. Ao mesmo tempo, a direção mantém uma boa comunicação com a roda. Por dentro, o Song Plus tem melhores texturas nos revestimentos, recursos como teto solar panorâmico com cortina, bancos aquecidos e ventilados, tela giratória gigante, de 15,6 polegadas, uma arrumação bem familiar, os sem comandos indiretos que estão virando uma praga nos carros modernos, especialmente chineses. Ainda assim, são muitos equipamentos e menus no computador de bordo. A entrega de um Song Plus na concessionária, se devidamente apresentado, consume facilmente mais de uma hora.

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